Sobre a educação sexual necessária
Vamos ter uma conversa franca sobre um tema fundamental, educação sexual?
Se há uma experiência espiritual que recomenda castidade ela deve vir da consciência voluntária das pessoas e não da pressão que fazem sobre elas.Se você segue a cultura da castidade dê educação sexual para seus filhos, para não haver mitos e super curiosidades.Se você não segue a cultura da castidade eduque pelo mesmo motivo seguido acima.
Proibir não impede.Aterrorizar não impede.Banalizar não torna menos importante.Não falar sobre não acaba com o problema.Preservar um hímen não impede a pessoa de ter varias experiências sexuais e enganar seus “superiores” quando precisar aceitar algum privilegio religioso ou familiar.As pessoas possuem livre arbítrio e para fazer suas escolhas precisam ter opções, para ter opções é preciso ter informação. Se você não sabe como orientar, leve aos profissionais de saúde e dê privacidade para esse adolescente conversar sobre o assunto.
A educação sexual que recebi na escola foi péssima, mas entendo que o tempo era curto. Aprendi sobre as DSTs que poderiam cair no vestibular e sobre como se usava preservativo masculino, também sobre pílula, os outros métodos eram e ainda são bem desvalorizados até mesmo por profissionais de saúde.
Havia piadinhas que permeavam o discurso, piadinhas que visavam ''suavizar'' o tabu ao invés de esclarecer. Mas piadinhas que perpetuavam o machismo e a censura, ou seja...o assunto era tratado com a imaturidade de sempre.Observando meu meio, limitado, já que vivemos em uma bolha, concluo que ou seus filhos recebem educação sexual em casa/na escola ou eles vão aprender:
-Engravidando ou engravidando alguém.
-Adoecendo.-Sendo excelentes mentirosos que escondem tudo de você e podem adquirir doenças horríveis por tabela, por não tratarem infecções inicialmente não tão graves.
-Pessoas extremamente “promíscuas” que fingem que não são na frente dos pais.
Então, sim. Devo meus acertos a educação sexual recebida em casa.
-Engravidando ou engravidando alguém.
-Adoecendo.-Sendo excelentes mentirosos que escondem tudo de você e podem adquirir doenças horríveis por tabela, por não tratarem infecções inicialmente não tão graves.
-Pessoas extremamente “promíscuas” que fingem que não são na frente dos pais.
Então, sim. Devo meus acertos a educação sexual recebida em casa.
Mas tem que ser educação sexual de verdade, não aquela do “não faça ou você vai para o inferno” nem a do “faça rápido e não engravide.” Tem que ser a do “você não deve fazer nada que não queira ou que te faça sentir coagida.”Tem que ter muita semântica envolvida, especialmente se você tiver uma menina, ela precisa saber ler sinais, especialmente para não se precipitar ou para se livrar de abuso sexual, de estupro. A vida é dura para as meninas, especialmente as não orientadas. Meninas não precisam ser aterrorizadas elas precisam ser educadas.Sim, eu achava alguém bonitinho. Sim, eu perdi o interesse quando a mãe disse em público que ia dar trabalho para a esposa porque gostava de sapatos impecáveis. E na época eu nem era feminista declarada, apenas achei estranho alguém querer uma empregada para o filho.
Percebem? Sexualidade envolve todas as esferas da vida das pessoas e não se restringe ao ato sexual em si.Ah sim, educação sexual não pode se resumir a mera paranoia do estupro, apesar de isso rondar as mulheres todos os dias. Para ter uma vida sexual saudável é preciso também aprender a confiar. Sexo não é só pênis/vagina, inclui a vida da pessoa por dentro e por fora. Nessa cultura falocêntrica sexo ficou reduzido à genitália, como se fosse só isso.Vivemos em uma sociedade que banaliza o sexo e não estou falando sobre roupas curtas ou letras chulas: estou falando de uma sociedade que reduz sexo a tabu, a mistério, a falta de orientação e sobretudo a construção de medos na cabeça das pessoas.
Sexo não faz ninguém santo ou vadio, mas faz pessoas magoadas, grávidas por falta de informação, hipersexualizadas desde a infância, sem orientação sobre seus próprios ciclos hormonais, sobre como agir nos relacionamentos, pessoas que mentem o tempo inteiro para os pais e não possuem confiança para pedir ajuda. Percebem? Sexualidade envolve todas as esferas da vida das pessoas e não se restringe ao ato sexual em si.Ah sim, educação sexual não pode se resumir a mera paranoia do estupro, apesar de isso rondar as mulheres todos os dias. Para ter uma vida sexual saudável é preciso também aprender a confiar. Sexo não é só pênis/vagina, inclui a vida da pessoa por dentro e por fora. Nessa cultura falocêntrica sexo ficou reduzido à genitália, como se fosse só isso.Vivemos em uma sociedade que banaliza o sexo e não estou falando sobre roupas curtas ou letras chulas: estou falando de uma sociedade que reduz sexo a tabu, a mistério, a falta de orientação e sobretudo a construção de medos na cabeça das pessoas.
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Site Animamundi, artista desconhecido |
Se há uma experiência espiritual que recomenda castidade ela deve vir da consciência voluntária das pessoas e não da pressão que fazem sobre elas.Se você segue a cultura da castidade dê educação sexual para seus filhos, para não haver mitos e super curiosidades.Se você não segue a cultura da castidade eduque pelo mesmo motivo seguido acima.
Proibir não impede.Aterrorizar não impede.Banalizar não torna menos importante.Não falar sobre não acaba com o problema.Preservar um hímen não impede a pessoa de ter varias experiências sexuais e enganar seus “superiores” quando precisar aceitar algum privilegio religioso ou familiar.As pessoas possuem livre arbítrio e para fazer suas escolhas precisam ter opções, para ter opções é preciso ter informação. Se você não sabe como orientar, leve aos profissionais de saúde e dê privacidade para esse adolescente conversar sobre o assunto.
Eu não tenho filhos, não sei se terei, mas sou filha e (quase) recém saída da adolescência.É melhor ter e não usar do que precisar e não ter.
Varias mulheres grávidas e abandonadas por aí não é assunto privado, é problema de saúde pública. Vários homens insensíveis e criados para agir como animais no cio não são assunto privado, são problemas de saúde pública.
Mulheres e homens possuem tanto a selvageria quanto o poder curador e cuidador, eles precisam ter uma educação que os torne pessoas equilibradas. As pessoas mais salientes com as quais convivi foram justamente pessoas de famílias que tratavam sexo como tabu.Fui educadora perinatal por 5 anos e fiz a mesma constatação.
Vamos desmistificar, precisamos agir de forma mais prática ou o problema não será resolvido.Enquanto as pessoas forem reduzidas a sexo e tiverem seu caráter mensurado por isso, enquanto as pessoas se acharem no direito de humilhar umas às outras por causa de sexo, vai ser bem difícil resolver problemas práticos, porque as pessoas estão muito ocupadas com tabus.Enquanto sexo for considerado sujo ou pecaminoso as pessoas continuarão a ser usadas e descartadas, de preferência em segredo para não “comprometer” ninguém, afinal, santo é quem não faz.
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